Os adenomas hipofisários são um grupo diversificado de tumores associados ao aumento da morbidade e mortalidade atribuídos à sua possível hipersecreção hormonal (Produzem hormônios em excesso), seus efeitos de massa (causando compressão de estrutura) e sequelas adversas relacionadas à terapia (por exemplo, radioterapia).
Adenomas hipofisários silenciosos ou clinicamente não funcionantes não secretam uma quantidade suficiente de hormônios para causar uma elevação da concentração sérica (''totalmente silenciosos'') ou são secretores, mas os produtos hormonais não resultam nos sinais clínicos ou sintomas típicos desse excesso hormonal (''clinicamente silencioso”).
Adenomas hipofisários são a causa mais comum de massas selares a partir da terceira década, correspondendo a mais de 10% das neoplasias intracranianas. A distribuição de cada subtipo de adenoma foi: Prolactinoma 57%, não funcionais 28%, acromegalia 11%, adenoma corticotrófico 2% e estado funcional desconhecido 2%.
Modo de apresentação mais comum são: sintomas neurológicos como: deficiência visual (30%), cefaleia, diplopia (oculomotor). Eles também podem ser achados acidentalmente quando neuroimagem é realizada por outro motivo. Em duas séries de RMN de voluntários encontrou-se 10 e 25 % de adenomas hipofisários, a maioria microadenomas. Outro sinal que pode surgir são causados pelos efeitos de compressão que podem causar na hipófise normal e levar a redução da produção dos hormônios (hipofunção hipofisária). Nos casos de tumores muito grandes pode ocorrer necrose do próprio tumor levando a um quadro agudo de apoplexia, com cefaleia, aumento da pressão intracraniana e até sincope.
História e exame físico detalhados são importantes para identificar sintomas de hiper ou hipossecreção e sintomas neurológicos. Todos os pacientes com tumores hipofisários, mesmo os assintomáticos devem ser avaliados inicialmente para hipersecreção e hipopituitarismo com dosagens hormonais. Todos devem ser submetidos a RMN para perfeita avaliação da massa selar, caso tenham sido diagnosticados por outro método radiológico e todos os pacientes com tumores hipofisários que apresentem crescimento supra-selar atingindo o quiasma devem ser submetidos a uma campimetria visual.
O tratamento cirúrgico deve ser indicado quando o tumor estiver causando: redução do campo visual ou alterações visuais (compressão de quiasma) ou neurológicas e nos casos de apoplexia hipofisaria com alteração visual. Nos casos de tumores com extensão suprasselar e desejo de gestação a cirurgia também deve ser considerada.
As deficiências hormonais devem ser corrigidas com reposição dos respectivos hormônios para manutenção adequada da função hipofisária.
Alguns tumores podem ter redução do seu volume com uso de agonistas dopaminérgicos e análogos da somatostatina que podem ser utilizados tanto para evitar o procedimento cirúrgico com em casos de pacientes com resultados cirúrgicos desfavoráveis ou recidivas.
A radioterapia deve ser usada em casos de tumores muito grandes com indicação cirúrgica para evitar a recidiva ou na impossibilidade de executar a cirurgia. Porém a radioterapia aumenta risco de déficits hormonais, complicações visuais e cognitivas e tumores secundários a longo prazo.
O seguimento, no casos dos pacientes que não tiverem indicação cirúrgica, deve ser feito com:
RMN 6 meses após avaliação inicial no macroadenoma e após um ano no microadenoma. Caso tumor não modificou de tamanho na reavaliação, repetir RMN anualmente nos macroadenomas e a cada 1-2 anos nos microadenomas. Após 3 anos gradualmente diminuir a frequência. Naqueles que apresentam crescimento diminuir o intervalo de avaliação.
A campimetria somente para os pacientes com tumores atingindo o quiasma que estejam sendo acompanhados com RMN.
As avaliações clínicas e bioquímicas para o hipopituitarismo 6 meses após o teste inicial e anualmente em pacientes com um macroadenoma.