Diabetes Insipidus

A neurohipófise ou hipófise posterior integra um sistema conhecido como hipotálamo-hipofisário que produz a vasopressina ou hormônio antidiurético (ADH). Sua função ocorre nos rins promovendo concentração urinária, reabsorvendo a agua e evitando a perda excessiva de urina e a desidratação. O diabetes insípido (DI) é uma síndrome caracterizada pela incapacidade de concentração do filtrado urinário, com consequente desenvolvimento de urina hipotônica e aumento de volume urinário. Pode ocorrer por deficiência (problemas na síntese, secreção e excreção) do hormônio antidiurético (ADH) ou por resistência à sua ação nos túbulos renais. É uma doença rara, com prevalência de 1:25.000 atingindo homens e mulheres.

Quando há deficiência na síntese do ADH, o DI é chamado central, neuro-hipofisário ou neurogênico; quando há resistência à sua ação nos túbulos renais, é dito renal ou nefrogênico. O diabetes insípido gestacional é um caso raro, e nele, durante a gravidez, ocorre uma excessiva degradação do ADH por uma vasopressinase produzida pela placenta.

O DI central associado à redução na secreção de ADH, é mais frequentemente idiopático, ou associado a trauma, cirurgia, tumores da região hipotalâmica ou a encefalopatia hipóxica/isquêmica. Já o DI renal, associado a diferentes graus de resistência à ação do ADH, ocorre nas formas hereditárias, induzido por fármacos (por exemplo, lítio) ou secundário à hipercalcemia. A apresentação clínica ocorre com poliúria (volume urinário em 24 horas acima de 3 L[acima de 40 mL/kg] em adolescentes e adultos e acima de 2 L/m2 de superfície corporal [acima de 100 mL/ kg] em crianças) e consequente aumento da ingestão de água (polidipsia). Em pacientes sem acesso livre a água (por exemplo, sedados), com alteração hipotalâmica no centro da sede (por exemplo, lesões hipotalâmicas) e naqueles com grande volume urinário, pode haver distúrbios hidroeletrolíticos graves.

O teste de privação de água é o método mais simples e confiável para o diagnóstico do diabetes insípido central, mas só deve ser realizado quando o paciente estiver sob supervisão constante. Pode causar desidratação grave. Além disso, se houver suspeita de polidipsia psicogênica, o paciente deve ser observado para evitar a ingestão escondida. Todos os pacientes com diagnóstico de DI central devem submeter-se a ressonância magnética da região hipotalâmico-hipofisária, para investigação etiológica e para afastar a presença de tumor.

Nos casos de DI central o uso da desmopressina, um análogo sintético da vasopressina, é a preparação de escolha tanto em adultos como em crianças, para fazer a reposição hormonal. O tratamento não hormonal pode ser feito com Diuréticos, principalmente tiazidas. Fármacos liberadores de vasopressina (p. ex., clorpropamida, carbamazepina, clofibrato) e Inibidores da prostaglandinas (Indometacina).

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