Feocromocitoma

Os feocromocitomas são tumores raros compostos de células cromafins que sintetizam e liberam catecolaminas, como adrenalina e noradrenalina. As catecolaminas são hormônios liberados na corrente sanguínea em resposta ao estresse físico ou emocional. A incidência anual é de dois a oito novos casos por um milhão de habitantes e afeta ambos os sexos com pico de incidência entre a 4a e 5a décadas de vida.

Cerca de 90% dos tumores são benignos e unilaterais, quando diagnosticados precocemente diminuem o quadro de mortalidade e/ou futuras complicações possíveis provocadas pela hipertensão arterial. E atualmente 20% a 30% são bilaterais e estão relacionados à herança familiar e esta associado a Neoplasia Endocrina Múltipla tipo 2A.

Os portadores desse tumor apresentam sintomas clássicos como hipertensão arterial, cefaleia, sudorese e taquicardia, decorrentes da excreção de catecolaminas. Essas manifestações comuns com outras patologias podem retardar o diagnóstico, prejudicando o prognóstico do paciente. Esse tipo de tumor pode levar a crises hipertensivas severas e potencialmente letais. A detecção eficaz desses casos leva ao diagnóstico precoce de possíveis tumores malignos.

O diagnóstico de feocromocitoma pode ser divido em três etapas:
1) Diagnóstico Clínico;
2) Diagnóstico Bioquímico;
3) Diagnóstico Topográfico.

A suspeita clínica de feocromocitoma, embora seja facilmente levantada nos pacientes com quadro clínico característico, pode não ser cogitada nos casos atípicos ou assintomáticos. No diagnóstico diferencial de feocromocitoma, devemos considerar várias condições clínicas: hipertensão arterial essencial, ansiedade, síndrome do pânico, hipertireoidismo, taquicardia paroxística, menopausa, enxaqueca, lesão intra-caraniana, epilepsia, eclampsia/pré-eclampsia, hipertensão por inibidores da MAO, hipoglicemia, neuroblastoma, ganglioneuroblastoma, infecções agudas, falência barorreflexa, ingestão de drogas (anfetamina, cocaína, ácido lisérgico, efedrina, fenilpropanolamina), etc.

Deve ser selecionado para o rastreamento bioquímico qualquer paciente que tenha manifestações sugestivas, mesmo que remotamente. Deve se fazer a investigação bioquímica pela determinação das metanefrinas plasmáticas ou pelas determinações de catecolaminas plasmáticas e metanefrinas urinárias, com o objetivo de demonstrar a produção excessiva de catecolaminas, principalmente noradrenalina e adrenalina.

Após a confirmação bioquímica, decisão quanto à abordagem cirúrgica do feocromocitoma depende da localização do tumor e não deve ser tomada antes de se obter uma evidência radiológica do tumor, já que este pode ser múltiplo ou estar localizado em posições extra-adrenais. Como os feocromocitomas são em geral tumores grandes, a sua identificação, com a utilização dos métodos radiológicos atuais, não é problemática, exceto nos casos de tumores situados em localizações incomuns. Os métodos mais freqüentemente utilizados na identificação topográfica são tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM).

O tratamento é feito com a retirada cirúrgica do tumor e o preparo pré-operatório é realizado com os objetivos de tratar a hipertensão arterial, evitar a ocorrência de paroxismos e de corrigir uma eventual hipovolemia. Se isto não for feito, os pacientes correm o risco de desenvolver hipotensão importante e mesmo choque hipovolêmico após a retirada do tumor e em decorrência do desaparecimento da vasoconstrição.

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