Incidentaloma Adrenal

O incidentaloma de adrenal é definido como uma lesão adrenal descoberta ao acaso em exame de imagem feito com outro propósito. Geralmente, a investigação adicional de lesões adrenais incidentais faz-se necessária apenas naquelas ≥ 1cm, exceto se paciente tiver sinais ou sintomas sugestivos de excesso de produção hormonal adrenal, e tem como princípio determinar sua funcionalidade (produção hormonal) e risco de malignidade. A prevalência estimada de incidentalomas de adrenal é de 4 a 5% na população geral e aumenta com a idade. A imensa maioria das lesões são não-funcionantes (80-90% dos casos).

Todo paciente com incidentaloma de adrenal deve ser submetido a uma anamnese e exame físico completo em busca de sinais ou sintomas que ajudem a determinar sua funcionalidade ou malignidade. Lembrar de realizar os rastreios e investigações recomendados para idade (p.ex. medida de glicemia, perfil lipídico). Atentar para diabetes, hipertensão, obesidade centrípeta, fraqueza, câimbras, estrias, virilização, hiperpigmentação, palpitações, perda de peso, cefaleia, sudorese, linfadenopatias, tabagismo. Algumas lesões adrenais podem ter origem infecciosa como tuberculose e paracoccidioidomicose. É fundamental a investigação hormonal para excluir hipersecreção de cortisol, aldosterona e catecolaminas.

Os pacientes com lesões benignas menores do que 4 cm e sem produção hormonal na avaliação inicial podem ser acompanhados clinicamente com novo exame de imagem em 1 ano e avaliação laboratorial com cortisol pós-1mg de dexametasona anualmente por 4 anos. Acompanhamento com frequência diferente pode ser utilizada, uma vez que não há consenso na literatura.

A maioria dos adenomas não funcionantes não serão cirúrgicos e permanecerão assintomáticos ao longo da vida. Controvérsias existem entre o tipo de manuseio de pacientes com hipercortisolismo subclínico, se conservador ou cirúrgico.

Adrenalectomia deve ser considerada para pacientes com adenoma com ou sem hipercortisolismo subclínico que apresentam sinais clínicos de excesso hormonal ou piora clínica durante o seguimento, apesar de terapêutica adequada. No caso de nódulo hiperfuncionante secretores de Catecolaminas e Aldosteronas, o tratamento é sempre cirúrgico. A suspeita de neoplasia indicam a retirada do nódulo através de cirurgia laparoscópica ou aberta.

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