Nódulos da tiroide na gestação

Nódulos de tireoide e câncer de tireoide descobertos durante a gravidez apresentam desafios únicos tanto para o médico quanto para a mãe. É necessário um equilíbrio cuidadoso entre fazer um diagnóstico definitivo e instituir o tratamento, evitando intervenções que possam afetar negativamente a mãe, a saúde do feto ou a manutenção da gravidez.

A prevalência de nódulos tireoidianos variou entre 3% e 21% e aumentou com o aumento da paridade e idade materna, chegando a atingir 34% em mulheres com três ou mais gestações.

Durante a gestação os nódulos tendem a aumentar de tamanho, com 60% deles dobraram de tamanho. No entanto, o volume nodular volta reduzir no terceiro mês após o parto.

O risco de um nódulo diagnosticado durante a gestação de ser maligno de 14/100.000. E semelhante ao que acontece em não gestantes o Carcinoma Papilífero foi a variante mais comum. O paciente com nódulo de tireoide deve ser questionado sobre história familiar de doença tireoidiana benigna ou maligna. O risco de malignidade é maior para nódulos detectados em adultos que tiveram câncer infantil em cujo tratamento recebeu radiação envolvendo cabeça e pescoço e aqueles expostos à radiação ionizante antes dos 18 anos de idade. A palpação completa da tireoide e a inspeção do pescoço em busca de linfonodos cervicais é essencial.

A ultrassonografia da tireoide é a ferramenta mais precisa para detectar nódulos tireoidianos, determinar suas características e padrão ultrassonográfico, monitorar o crescimento e avaliar os linfonodos cervicais.

Todas as mulheres com nódulo tireoidiano devem realizar uma medição de TSH. Os testes de função da tireoide geralmente são normais em mulheres com câncer de tireoide. E a presença do hipertiroidismo torna a probabilidade de câncer na tiroide muito pequena.

A aspiração por agulha fina é uma ferramenta de diagnóstico segura na gravidez e pode ser realizada em qualquer trimestre. A gravidez não parece alterar o diagnóstico citológico do tecido tireoidiano obtido pela PAAF. Uma vez que a sobrevida global não difere se a cirurgia for realizada durante ou após a gestação em pacientes diagnosticadas com câncer de tireoide durante a gravidez, a preferência da paciente pelo momento da PAAF (durante a gravidez ou pós-parto) deve ser considerada.

A estratégia diagnóstica ideal para nódulos tireoidianos detectados durante a gravidez é baseada na estratificação de risco. Todas as mulheres devem ter o seguinte: história e exame clínico completos, dosagem de TSH sérico e ultrassonografia do pescoço.

Para mulheres com níveis séricos de TSH suprimidos a PAAF deve ser adiada até depois da gravidez. Grávidas com TSH não suprimido, a punção do nódulo tireoidiano é geralmente recomendada para nódulos recém-detectado. A determinação de quais nódulos requerem PAAF deve ser baseada no padrão ultrassonográfico do nódulo e o momento da punção, seja durante a gestação ou pós-parto precoce, pode ser influenciado pela avaliação clínica do risco de câncer ou pela preferência do paciente.

Mulheres que tem diagnóstico do câncer de tiroide durante a gestação ou entre 12 a 24 meses após o parto parecem ter mais propensão a persistência ou recorrência do câncer. Porém não existe impacto sobe a sobrevida.

A cirurgia é o tratamento de escolha para o câncer de tiroide. Como adiar a cirurgia até o pós-parto não foi associado a um pior prognóstico, é imperativo avaliar as complicações maternas e neonatais antes de recomendar uma operação durante a gravidez. Embora a tireoidectomia possa ser realizada com segurança no segundo trimestre, de um modo geral, a cirurgia após o parto é recomendada para a maioria das pacientes com câncer de tiróide não agressivo. O nódulo maligno deve ser monitorado com ultrassonografia e a cirurgia deve ser considerada apenas se houver crescimento exagerado ou acometimento de linfonodos.

Gestantes com nódulos de tireoide benignos não necessitam de seguimento diferenciado durante a gestação. Devendo na maioria dos casos serem reavaliados apenas no pós-parto.

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