Amenorréia é a ausência ou cessação anormal da menstruação de forma temporária ou definitiva durante o período reprodutivo. Quando a paciente nunca chegou a menstruar chamamos de amnorréia primária. A Amenorreia secundária ocorre quando o intervalo entre as menstruações for igual ou maior que 90 dias, após apresentar períodos anteriores de fluxos menstruais.
A falta da menstruação pode ter significados importantes do ponto de vista clínico, pois pode ser como na maioria das vezes, um problema relativamente simples, ou então representar o primeiro sinal de uma doença mais grave. Por estas razões, o sintoma amenorréia não pode ser negligenciado e as pacientes que o apresentam merecem atenção médica, pois para o tratamento correto e eficiente da doença causadora do sintoma, torna-se necessária uma investigação cuidadosa de cada caso. Lembrar que existem as amenorréias fisiológicas que são decorrentes de situações naturais como a gravidez, lactação e climatério.
São variadas as causas de amenorreia. Nas amenorréias primárias predominam as causas genéticas, como Síndrome de Turner e 2/3 das causas são por malformações do sistema reprodutor, como agenesia de útero ou ovários. Já nas amenorréias secundárias as causas hipotalâmicas disfuncionais, como stress, Distúrbios alimentares e excesso de exercício, e a Síndrome dos Ovários Policísticos correspondem às causas mais frequentes.
Em primeiro lugar, e como princípio básico da abordagem da mulher com amenorréia, cabe ao médico assistente excluir a possibilidade de uma gravidez. História clínica e exame físico minucioso da paciente é de fundamental importância. Idade da menarca, desenvolvimento Puberal e de caracteres sexuais, padrão menstrual, sinais de excesso de andrógenos, presença de sintomas climatéricos que sugerem deficiência de estrogeno como ondas de calor, distúrbios do sono, secura vaginal, padrões alimentares e estado nutricional, frequência e intensidade de exercícios físicos, uso de medicamentos, presença de doenças crônicas associadas, sintomas neurológicos como cefaleia e convulsões e histórico de procedimentos cirúrgicos ou irradiação pélvica são alguns questões que devem ser investigadas.
A solicitação de exames complementares de dosagem hormonais, como FSH, LH, Estradiol, Prolactina, Testosterona, TSH e exames de imagem como Ultrassom pélvico e tomografia de sela turcica são fundamentais para ajudar a confirmar o diagnostico clinico suspeito. Em alguns casos faz-se necessária a solicitação de cariótipo e outras pesquisas genéticas.
Amenorréia é apenas um sintoma e neste sentido o tratamento deve estar dirigido para a causa que deu inicio.